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Nos bastidores da autopublicação: uma entrevista com Isadora Oliveira

Ainda há muita polêmica e dúvida acerca do livro digital: Ele substituirá o livro impresso? Há diferença entre os formatos ePub e Mobi? Qual a próxima revolução do mercado editorial?

Conversamos com nossa assistente de contas da Bookwire Brasil, Isadora Oliveira, para nos explicar um pouquinho mais sobre o livro digital e o que esperar dele agora e no futuro!

 

  1. Sei que é uma pergunta polêmica, mas você acha que os e-books eventualmente substituirão os livros impressos?

Não considero uma polêmica. E-books não vão substituir o livro impresso, a não ser que uma questão ambiental venha a pesar muito (afinal, o e-book não desmata tantas florestas, não ocupa espaço físico – dispensando assim um local para estoque –, e não precisa ser distribuído num veículo movido a combustível). É como o serviço de transporte, você tem opções, sabe? Há várias razões para se ter um e-reader: a facilidade de carregá-lo cheio de livros sem ocupar espaço ou pesar na mochila, a possibilidade da compra e recebimento imediato… Mas o livro físico tem toda uma tradição, uma cultura, um cheirinho maravilhoso. É muito visual, é uma obra de arte. Acredito que livros digitais e livros impressos se completem. Num mundo ideal, teríamos sempre ambos os formatos, assim migraríamos a leitura conforme a necessidade.

 

  1. De uma maneira prática, qual a diferença entre os formatos EPUB e Mobi?

EPUB é o formato padrão para livros digitais, aceito internacionalmente e por praticamente todas as lojas. O Mobi é o formato de livro digital específico da Amazon.

 

  1. Para os autores que escolhem o caminho da publicação própria, qual a importância de publicar em formato digital?

Praticidade e baixo custo. Um autor que não tem capital para investir numa tiragem grande pode começar com o livro digital. Sem custos de impressão, estoque e distribuição (física), é possível se dedicar mais a marketing, por exemplo. Tudo isso sem se preocupar se vai sobrar livro no estoque. Além disso, pensando como cliente, acho que eu estaria mais propensa a gastar dinheiro numa publicação não vinculada a grandes marcas (editoras) se fosse no formato digital. Fica sempre aquela dúvida: e se eu não gostar, o que vou fazer com esse livro? Gostando, posso, com a mesma praticidade, ir em busca de mais conteúdo do mesmo autor – rapidinho, em alguns cliques.

 

  1. Qual a diferença entre layout fixo e layout fluido? Para quais obras é ideal utilizar o layout fixo no lugar do fluido?

O nome já diz tudo, praticamente. O layout fixo é um formato com o conteúdo fixo – o leitor não vai conseguir mudar o tamanho ou a fonte, nem as margens. Como dizia um professor meu, no layout fixo “what you see is what you get”*. O formato fluido permite que o leitor adapte o e-book às suas necessidades. É possível aumentar ou diminuir a fonte, escolher outras fontes, mudar as margens e os espaçamentos, mudar a orientação (horizontal ou vertical). Usamos layout fixo principalmente em livros com mais imagens do que texto – por exemplo, livros infantis ou quadrinhos. O layout fluido serve para todo livro com maior quantidade textual – por exemplo, romances, biografias, manuais etc.

* o que você vê é o que você terá

 

  1. O que você acha que podemos esperar do e-book nos próximos anos?

O e-book, assim como tudo no âmbito virtual, está em constante evolução. Atualmente já estamos no EPUB 3.1, e o EPUB 4 vem aí, cheio de novidades e prometendo uma revolução. Ainda não foi divulgada muita informação, mas certamente vai ser mais acessível e menos dependente de leitores dedicados.

 

  1. Como imagina ser a evolução do e-book? Continuaremos como hoje, com um mercado basicamente formado por livros impressos digitalizados, ou os livros “enriquecidos” (com recursos sonoros e vídeos), irão ocupar espaço?

Este é um ponto delicado, o qual infelizmente recebe pouca atenção. O que chamamos de “conversão do livro impresso” – que é o mais comum hoje – não é o ideal. O livro digital oferece inúmeras possibilidades que não são possíveis no livro físico, logo, ao simplesmente “digitalizar” o livro, todas essas opções deixam de ser exploradas. O ideal é que as editoras pensem no e-book como um produto separado do livro físico, e que ele seja pensado desde o início da concepção do livro. Não é preciso enriquecer o livro a ponto de torná-lo uma distração à leitura. O que queremos é que os e-books sejam mesmo produtos diferenciados – só assim os leitores considerariam comprar ambos os formatos, entende? Ou veriam vantagens entre um formato e outro além do preço.

 

  1. Em sua opinião, qual será a próxima revolução do mercado editorial?

Do mercado editorial em geral, eu não sei. Acho arriscado opinar, ainda mais neste momento louco que estamos vivendo no país. Mas, no mercado editorial digital, acredito que o EPUB 4 vai mudar bastante o jogo. As lojas já estão entendendo que e-books enriquecidos e interativos são interessantes e estão procurando se adaptar, então, quando surgir um novo formato com muito mais possibilidades, tanto as lojas como as editoras devem se adequar para não ficarem para trás.

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Editora Labrador

Editora especializada em self-publishing. Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Vestibulum faucibus mattis risus, et mollis ipsum tincidunt fringilla. Aliquam placerat dui leo, luctus ullamcorper massa convallis nec.

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