Existe faculdade para ser escritor?

A resposta é quase.

Não existe uma faculdade para escritores e ninguém se forma como bacharel em Escrita, mas quem quiser seguir por esse caminho precisa se dedicar tanto quanto um engenheiro, professor ou psicólogo.

É verdade que existem muitos cursos de escrita criativa e são de grande auxílio para os aspirantes a escritores, mas essa é só a linha de largada para uma grande maratona – e com obstáculos. O verdadeiro autor, quando está pensando em sua obra, precisa se apoiar no próprio esforço e no repertório que adquiriu até aquele ponto.

Vários escritores se inscrevem em faculdades de Letras ou Jornalismo, acreditando que assim conseguirão uma base para suas carreiras. É verdade que esses cursos oferecem mais oportunidades de contato com a leitura e a teoria literária, mas não necessariamente grandes escritores são filólogos ou jornalistas: Agatha Christie, a Rainha do Crime, era originalmente uma assistente farmacêutica – e foi seu contato com remédios e venenos que lhe possibilitaram escrever grande parte de suas histórias e consagrá-la como o grande nome dos romances policiais.

Por isso, o conselho para quem quiser ser um escritor é “estudar”. Não apenas a teoria, mas outras obras que se aproximem da que está almejando. Por exemplo, se quiser escrever poesia, vá atrás dos poetas brasileiros: O que eles escreveram? O que a poesia deles tem de tão especial, que consagraram seus nomes? Você concorda com o que eles estão dizendo, ou melhor, o que a poesia deles passa é o que você quer passar?

E não procure apenas sobre os escritores já famosos: busque sobre os autores contemporâneos, que estão fazendo seu nome agora. O que está sendo produzido no seu gênero hoje?

A intenção não é que você se compare com escritores que já tem experiência, mas que aprenda com os acertos e erros deles e que entenda como funciona a escrita. O maior escritor é o maior leitor.

Além disso, é muito importante não se prender apenas ao seu gênero favorito: ler outros formatos pode ensinar tanto quanto aquele a que se está acostumado. Um romancista pode aprender com a brevidade dos contos, um poeta consegue inspiração de um texto jornalístico e um cronista encontra respostas em livros técnicos. O importante é sempre ler. Muito.