Os maiores livros já produzidos pela humanidade, aqueles que enviaremos aos alienígenas para provar que somos uma raça inteligente, têm sempre um amor perdido entre suas páginas – se não é o foco, pelo menos aparece no plano de fundo. Um romance é provavelmente o tema mais abordado nas histórias, preenchendo nossos corações e nos deixando com aquele calorzinho de satisfação.
Se você quer investir nesse sentimento, aqui vão 5 dicas de como escrever uma história de amor.
- Comece pelo fim
Essa é uma dica para qualquer história, seja um romance, seja uma tese, seja um conto (seja na vida): você precisa saber aonde quer chegar antes de dar a largada. É plenamente possível escrever um livro sem saber como ele vai terminar, porém é muito mais fácil criar uma trama e seguir por essa trilha sem se perder se você souber no que vai resultar. Qualquer ramificação posterior será apenas um bônus para enriquecer o enredo.
- Fuja do clichê
O casal se apaixona, se separa pelas complicações da vida, mas acaba junto porque o amor vence tudo. Lindo… porém batido. Existem amores inusitados e deliciosos por aí que merecem ser contados, mas ficam no anonimato porque os escritores preferem se manter na zona de conforto do mercado. Grandes romances são sofridos, são intensos, não são previsíveis – o que não quer dizer que um dos dois tem que morrer (o que também já virou clichê).
Não tenha medo de ser original, de fugir dos lugares-comuns dos best-sellers, de testar os limites e arriscar-se em um amor que ninguém leu até agora. Abuse de suas fantasias guardadas no baú da vergonha. Confie na sua criatividade (ela sempre lhe será fiel, mesmo que suma de vez em quando e não dê notícias).
- O que importa é o que se tem por dentro
Você não precisa perder muito tempo com a aparência do personagem a não ser que isso seja realmente necessário para sua história. A construção de um romance é como uma ponte: cada coluna, tijolo e argamassa está lá para projetar uma passagem segura do começo do percurso até o final. Pausas súbitas, como a descrição do que o personagem está vestindo no meio de um confronto, é como atravessar um rio pulando sobre pedras – quebram o ritmo, tornam o caminho incerto, deixam os viajantes cansados (se essa for a ideia, vá fundo!). Não é preciso abolir todas as descrições exteriores, mas o foco deve ser a personagem e, principalmente, sua personalidade: é ela que vai validar as ações, o desenvolvimento e o enredo. Bem trabalhada, a personalidade dá coerência ao texto, e todo o romance se tornará muito mais real se o leitor enxergar seus protagonistas como pessoas reais. Uma figura forte, cativante, com presença atrai muito mais do que uma criatura bela e elegante.
- Expanda seus horizontes
Mesmo que seu casal esteja isolado em uma ilha, existem outras tramas intrínsecas ou paralelas à que está em evidência (basta refletir sobre o passado que fez com que seus personagens se tornassem quem são, tal como você os imagina).
Dê ouvidos aos coadjuvantes, aos secundários, aos terciários. Invista nas personagens que não fazem parte do casal principal, elas não são decoração. Coadjuvantes bem construídos engrandecem o enredo. Lembre-se: uma rede não se faz com um único fio, mas com vários.
- Casamentos são difíceis
Pense em todas as situações complicadas que poderão comprometer o amor entre os personagens: ciúmes, suspeitas, mal-entendidos, intrigas, traições.
Todas essas dificuldades existem para fortalecer o amor e fazê-lo valer a pena.
E você vai passar pelo mesmo com seu livro: vai querer desistir, se apaixonará por outra ideia, pensará que tudo o que escreveu até aquele ponto está errado.
Mas confie no seu relacionamento. A criatividade, como dito antes, vai sumir e não vai ligar por dias, mas ela te ama e um dia vai voltar.
Case com seu livro, estabeleça uma relação forte e duradoura. Os primeiros anos (ou dias) podem ser difíceis, intransponíveis, mas dê uma chance a vocês dois. No futuro, vocês terão lindos filhos.