Como já divulgamos por aqui, este ano a Festa Literária Internacional de Paraty, ou Flip, contará com um convidado mais do que especial. Isso mesmo! Nós, da Editora Labrador, estaremos lá, cheinhos de atividades para leitores e autores. Em parceria com o portal PublishNews, estaremos em uma casa de portas abertas, com palestras e bate-papos pra lá de descontraídos. Para entrarmos no ritmo de festa, este mês entrevistamos dois membros do PublishNews – Leonardo Neto, editor-chefe, e Maju Alves, encarregada de projetos especiais –, para dividir com vocês um pouquinho mais sobre o PN e o que podemos esperar da Flip!
- Como é o dia a dia no PublishNews?
Leonardo: O PublishNews é um portal de notícias sobre o mercado editorial e livreiro que se tornou referência nesse segmento ao longo dos seus 17 anos de existência. Eu e a Talita Facchini trabalhamos na equipe do editorial, que abastece o site e monta as newsletters diárias que são enviadas aos nossos 13 mil assinantes. Nossas manhãs são sempre bem cheias e emocionantes. rs. Por dia, escrevemos cerca de 15 notas que abastecem o portal e depois viram uma newsletter. Em geral, soltamos o boletim por volta das 11h da manhã. Ou seja, chegamos aqui entre 8 e 8h30 e até 11h temos que terminar tudo. É muito corrido, mas emocionante. Outro departamento que ganhou força nos últimos tempos é o de projetos especiais, capitaneado pela Maju. É debaixo desse guarda-chuva que estão os eventos e os prêmios. Hoje, realizamos o InterLivro, que é a programação profissional que antecede as bienais do Rio e de São Paulo; o PubLivro, que realizamos em parceria com a Feira do Livro de Porto Alegre; o UmLivro com PublishNews, que é uma série de encontros mensais nos quais debatemos os bastidores da indústria editorial; e a Casa PublishNews em Paraty, que há 4 anos se tornou o ponto de encontro do mercado editorial na Flip. Além disso, realizamos dois prêmios anuais: o Jovens Talentos, que busca novos nomes da indústria editorial a quem presenteamos com uma ida para a Feira do Livro de Frankfurt, e o Prêmio Avena PublishNews, que dá reconhecimento a profissionais de vendas e de marketing por trás dos livros que aparecem nas nossas listas dos mais vendidos.
- Como foi a primeira participação do PublishNews na Flip? Mudou muito de lá para cá?
Leonardo: O PublishNews está na Flip desde a primeiríssima edição. Por dois anos, em 2011 e em 2013, o PublishNews realizou festas durante a Flip, com enorme sucesso e repercussão. Em 2015, decidimos que seria estratégico para o PublishNews ter uma casa. Foi aí que nasceu esse projeto. Nasceu pequenininho. No primeiro ano, nós alugamos uma sala comercial que não tinha mais do que 20 m² e levamos conosco algumas editoras. A ideia sempre foi, desde essa primeira edição, reunir forças entre parceiros e criar condições para que a casa fosse aquele lugar onde editores, livreiros, agentes literários, distribuidores, autores se encontrassem e trocassem experiências. Por isso, desde essa primeira edição, nós criamos um happy hour diário. Quem passa pela casa, no fim do dia, tem sempre uma cervejinha gelada e uns petiscos. É a chance de conversar e rever os amigos. No segundo ano, fomos para uma casa maior e pela primeira vez montamos uma programação de debates sobre o mercado. Essa programação ganhou força no ano passado. Ali na casa, tivemos debates importantes, como uma mesa em que reunimos o diretor do Departamento do Livro, Leitura e Bibliotecas do MinC com a senadora Fátima Bezerra, que lidera a Frente Parlamentar do Livro. Foi uma mesa que rendeu uma boa discussão sobre as políticas públicas do livro. O sucesso foi tanto que, nesse ano, repetiremos essa dose e queremos discutir o novo PNLD e outros temas sensíveis ao mercado.
- Quais são as expectativas para esse evento que representa o ponto de encontro do mundo literário?
Maju: A expectativa é que a Casa reúna todo o mercado editorial presente na Flip, além de inovar na programação, trazendo assuntos relevantes e em alta, exatamente por realizar diariamente essa ponte virtual.
- Quais são os parceiros para este ano? Como aconteceu essa aproximação?
Maju: Esse ano nossos parceiros são: Edições Sesc, Metabooks, RRDonnelley, UmLivro, além, é claro, da Editora Labrador. A aproximação acontece de maneira diferente para cada parceiro. Alguns deles já estão com o PublishNews desde o começo da Casa, como a Edições Sesc, ou já fizeram algum outro projeto conosco, como é o caso do Encontro UmLivro com PublishNews. O importante é que os parceiros tenham o perfil da Casa, que possam agregar para nossas discussões e que realmente possam fazer parte dessa família que é a Casa durante a FLIP.
- Qual é a expectativa de público para a Casa no evento?
Maju: O que podemos dizer é que a Casa sempre reúne um público fiel do mercado, além de atrair diversos transeuntes da Flip que se interessam pelos bastidores das inovações do mercado. É um público diverso e muito animado!
- O que mais surpreendeu na FLIP ano passado? O que podemos esperar para este ano?
Leonardo: Para mim, um dos pontos alto da casa no ano passado foi uma mesa em que reunimos curadores de eventos literários fora do eixo Rio – São Paulo. Foi um debate riquíssimo, de onde saíram ideias que ecoam até hoje. Esses curadores passaram a articular entre si iniciativas de fomento e de otimização de recursos. Para este ano, nós receberemos novamente alguns desses curadores que já vão mostrar um trabalho que é resultado dessa união de forças. Tenho muito orgulho de isso ter nascido na casa.
- Existe algum alinhamento de pautas em relação ao público alvo? Serão abordados, no programa do PublishNews, assuntos em voga no mundo literário que não se encontram ainda no radar do público geral?
Leonardo: Às vezes, a Flip surpreende além da conta. A Casa PublishNews sempre enfocou o mercado editorial, mas nunca deixou de abraçar também o público final, o leitor que não trabalha no mercado, mas tem curiosidade em conhecer como funcionam os bastidores do livro. No ano passado, nós levamos para a Casa um debate que era completamente alheio a esse público. Debatíamos a impressão por demanda, uma ferramenta que permite que o editor coloque um título à venda numa loja qualquer, mas esse livro não existe enquanto objeto – só será impresso depois que o cliente o comprar. Isso funciona muito bem em mercados mais maduros, e aqui no Brasil existem algumas iniciativas que têm aprendido muito no dia a dia. Então, queríamos debater esse assunto lá por entender que é um tema de interesse para editores e livreiros. Jamais imaginei a casa cheia de gente interessada nesse assunto durante a Flip, mas foi o que aconteceu. Nesse momento, eu aprendi que por mais técnico e específico que o assunto possa ser, ele tem um público interessado. Por outro lado, a casa também sempre teve faixas da programação pensadas no público geral e que dialogam com a programação oficial da Flip. No ano passado, por exemplo, recebemos Jacques Fux, um autor amigo do PublishNews, muito querido, e que estava na programação da tenda principal. Ele topou participar conosco e foi um momento mágico da programação. Eu raramente exerço meu lado tiete, mas, nesse dia, me permiti. Gosto do jeito como o Fux escreve, e ter entrevistado ele na casa foi lindo. Além disso, nós publicamos um livro do Lima Barreto, autor homenageado da Flip em 2017, que havia tempos estava longe das prateleiras das livrarias brasileiras. E, para esse ano, nós estamos bolando umas coisas bem interessantes que vão conversar com Hilda Hilst. Vai ser muito interessante, mas, por enquanto, temos que fazer um certo suspense! rs