Na entrevista desse mês, conversamos com nossa autora Andréa Kogan, autora do livro Espiritismo Judaico. Andréa é pesquisadora do Núcleo de Estudos em Mística e Santidade (NEMES) da PUC-SP, no qual desenvolve pesquisas sobre judaísmo contemporâneo há 4 anos. Na entrevista, ela fala sobre sua pesquisa e conta como foi sua experiência como autora da Labrador!
1. O título do seu livro é muito interessante – por que você decidiu pesquisar esse tema?
Sempre tive curiosidade em entender por que o judeu do Brasil tinha outras crenças além do seu próprio judaísmo. Outras crenças, outros rituais, outras manifestações. Comecei a perceber a quantidade de judeus que praticavam o espiritismo de uma forma ou de outra: frequentando centros espíritas, fazendo reuniões em casa (Evangelho no Lar, rituais de Mesa Branca), tomando passes, visitando médiuns etc. Além disso, eu pensava na importância de Chico Xavier para todos os brasileiros (não importando a religião de cada um). Fiz um projeto de pesquisa de doutorado e levei para o prof. Luiz Felipe Pondé, do departamento de Ciência da Religião da PUC de São Paulo, que também se interessou pelo tema. Isso foi no final de 2011. Recebi o título em 2016 e o livro foi lançado no começo deste ano
2. Qual foi a parte mais difícil da pesquisa? Você esperava que essa seria a parte mais complexa?
Não sei se consigo dizer qual foi a parte mais difícil da pesquisa. Mas creio que, por ser um tema inédito, tudo se torna fácil e difícil ao mesmo tempo! Fácil porque estou pesquisando algo que ninguém fez antes e difícil por essa mesma razão! Quais materiais pesquisar? Em quais autores buscar referências? Li muito, li tudo que passava pela minha frente, fiz pesquisa de campo muitos anos. Mas foi um processo muito prazeroso.
3. Por que você decidiu transformar sua pesquisa em um livro? Você já tinha esse desejo em mente quando começou a pesquisa?
Não tinha o desejo em mente, mas queria escrever uma tese bacana, que não fosse “acadêmica” demais, pois sabia que meu tema atrairia vários tipos de público, não só os estudiosos do assunto. Deixei passar alguns meses da defesa e comecei a pensar na possibilidade de publicação. Em julho de 2017 fui em uma palestra do Daniel Pinsky na Casa do Saber. O Daniel foi muito honesto e logo de cara gostei do que ele falou. Era também o que eu tinha pensado. Fiz contato, conversamos, assinamos o contrato e poucos meses depois o livro foi lançado!
4. Como foi a experiência em ter publicado com a Labrador?
Costumo dizer a todo mundo que me pergunta (e não é pra fazer média, não!) que não tive nenhum problema e que o processo todo aconteceu da melhor forma possível! Assinatura do contrato, conversas com o editorial, revisão, escolha de capa, marketing, lançamento: tudo se deu da forma mais bacana possível. Sem percalços!
5. Agora com o livro publicado – o que você tem achado da repercussão?
Essa fase é o máximo! Meu livro está em destaque em várias livrarias – o que eu sempre sonhei em ver. É incrível ver o livro ali, nas livrarias que eu vou sempre! Além disso, estou sendo convidada para palestras e bate-papos em vários lugares.
6. Você tem recebido feedback dos leitores?
Tenho! Muitas pessoas fazem questão de me contar o que acharam. O ponto positivo é ver uma tese de doutorado transformada num livro sobre o qual as pessoas falam: “Andréa, aprendi tanto e foi tão gostoso de ler! Li seu livro em dois dias”. Já ouvi gente dizer que o livro está na cabeceira da cama para ser lido e relido, outros me contam que estão comprando para dar de presente a amigos. Acho que não poderia ter um feedback melhor.
7. Qual o próximo passo? Aprofundar na pesquisa ou mudar de tema?
Nunca vou parar de estudar. Vou continuar estudando judaísmo e pretendo me aprofundar ainda mais nas questões que levantei na pergunta 1: por que o judeu brasileiro tem influência de outras religiões?