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Mosaico

Mosaico

Certa vez, o escritor e crítico José Castello definiu a crônica como um gênero brasileiro, pois nenhum outro permitia a liberdade e a mestiçagem proporcionadas pela crônica. “Haverá algo mais indicativo do que é o Brasil?”, ele pergunta. Gênero sem fronteiras, que não exige definição, formalidade ou sequer originalidade, ela precisa apenas ser verdadeira consigo mesma e oferecer diferentes respostas para a indagação: “Quem sou eu?”.

Talvez seja por essa busca da identidade que o brasileiro se reconheça tanto em um gênero que lhe possibilite ser quem ele é, sem restrições, e lhe dê a liberdade necessária para dizer do que precisa e ainda ser literatura.

Foi com esse gênero genuinamente brasileiro que Luísa Peleja se identificou na condição de leitora. Mais que isso: foi nele que se arriscou como escritora. Não é pouca a coragem exigida pela crônica, pois, mesmo que dispense definições ou regras, ela demanda de seu autor uma entrega sem reservas: para ser um cronista, é necessário, antes de tudo, sujeitar-se à exploração de desconhecidos.

Luísa é essa cronista em crescimento, que vai se descobrindo enquanto leva o leitor na jornada. Sem pretensões, fluida, leve e gentil, como a vida deve ser. Escreve para se definir e para alcançar um leitor que precisa de definição – como uma amiga que oferece colo. Às vezes se mostra a mulher que descobre a força de um batom vermelho; noutras, uma menina que vê a neve pela primeira vez. E, em todas as passagens, explora os limites de si mesma para responder à pergunta: “Quem é Luísa?”.

São pequenos textos assim que nos fazem perceber os singelos detalhes que nos formam, o fato de não sermos uma massa única, uma única definição, mas um grande mosaico de momentos, lembranças e emoções. Por isso, mais acertado seria alterar a pergunta que guia este livro: “Quem são Luísa?”.

Essa busca da nossa melhor versão vem para incluir Luísa Peleja em uma geração de cronistas que explora as novas exigências de seu tempo: mais dinâmico, mais integrado, mais conectado. E, como escritora em desenvolvimento, ela tem se revelado uma grande promessa.

Love love love, Labrador

 

Editora Labrador

A Labrador é uma editora de autopublicação, especializada na publicação e distribuição de livros físicos e digitais para autores independentes.

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