É com muito prazer que hoje estreamos mais uma novidade no blog da Labrador! Como vocês sabem, temos nossas entrevistas mensais – “Nos bastidores da autopublicação” – e agora teremos o “Labratório”, um cantinho pra gente contar um pouco mais sobre os nossos livros. Para dar start na novidade, o primeiro livro que escolhemos foi “Adonis & Afrodite” da nossa autora Patrícia Pappalardo. Confira a resenha na íntegra clicando no link e não esqueça que o lançamento é hoje a partir das 18:30 na Livraria da Vila da Lorena.
Vivemos uma geração de mulheres que estão se descobrindo fortes. A estrada à frente é longa, e suas vozes são apenas murmúrios se considerado o ideal. Porém, cada passo e cada som faz a diferença e, logo, já não estarão em descoberta: apenas serão.
Madaleine, a protagonista de Adonis & Afrodite, pode ser considerada como um bom exemplo dessa geração: uma mulher que encontra dentro de si um poder enterrado (por ela mesma ou pelos outros?). A heroína – mais do que justo usar tal alcunha – está longe de ser a princesa tola que precisa ser salva por um belo cavalheiro: sagaz e independente, ela por si só basta, mas foi de tal forma podada que mal consegue ver os próprios triunfos, tão focada em seu casamento, cujo fracasso ela atribui a si mesma, não ao marido adúltero.
Em um ritmo tranquilo que não força uma transformação abrupta (mesmo enfeitiçada pelo clima mediterrâneo), Madaleine vai pouco a pouco soltando essas amarras até descobrir-se dona do próprio corpo, mente e destino. E, para isso, ela contará com uma bela ajuda: Adonis.
Entre tantas questões envolvendo a libertação de Madaleine enquanto mulher, talvez a sexualidade seja a que mereça um destaque especial. Qualquer mulher já sentiu (ou ainda sente) a mesma hostilidade e hesitação que Madaleine demonstra quando fala de sexo, como se um desejo tão básico a tornasse de alguma forma menos mulher.
É por isso que Adonis tem um papel importante: ele vai trazer à tona toda a libido reprimida e incentivar Madaleine a explorá-la, sem receios e sem pudores. O relacionamento não se desenvolve de forma alguma como um tesão sem controle, mas como um amor livre, que não sufoca com a posse ou ciúme, apenas estimula a se conhecer e crescer. Algo que é possível sentir na relação entre Adonis e Madaleine é a forte presença desse companheirismo, que apoia o parceiro; não o de pertencimento, que coloca na estante como um prêmio.
Acredito que a construção de Madaleine se reflita até mesmo na autora, Patrícia Pappalardo. Corajosa ao dar voz a tantas questões do feminino, mesmo que um murmúrio na multidão, a autora traz uma reflexão sobre o que é ser mulher, o que é o prazer feminino e o que é o amor. A resposta, talvez, esteja na própria conclusão que ela nos dá: as mulheres são fortes. São deusas.