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Escolhendo o livro pela capa – como escolher a melhor capa para o meu livro?

Muitas vezes, a expressão “escolher o livro pela capa” é uma realidade, já que essa é a primeira impressão que uma obra carrega. A imagem vai acompanhar o leitor durante toda a sua caminhada pela história, e por isso esse é um ponto fundamental na hora de publicar um livro.

Cada detalhe importa na hora de criar uma capa. As cores, as imagens e até mesmo a fonte das letras precisam ser escolhidas com cuidado por um profissional.

Mas será que existe um segredo para escolher a capa perfeita para o seu livro? Bom, não existem regras, mas sim uma junção de respostas que levam ao que você quer e ao que o seu livro precisa. E para te ajudar, o designer de capas da Labrador, Felipe Rosa, vai responder a algumas perguntas que podem surgir na hora da escolha.

 

1 – O que você acha que deve ser levado em consideração na hora de pensar uma capa para um livro?

 Principalmente o público-alvo. É ele quem vai nortear toda a ideia da capa para que a comunicação seja certeira. De nada adianta a capa ser maravilhosa, se não captar o público certo.

Além disso, é muito importante que seja do gosto e do estilo do autor. O autor precisa ser cúmplice, precisa amar a capa como se fosse seu próprio filho. Afinal de contas, a história é dele. Imagina esta situação: o autor passa um tempão escrevendo, escolhe atentamente cada palavra, cada vírgula… Daí chega o final [do processo] já com o livro impresso e ele não gosta da capa, acha que ela não representa as palavras que passou todo aquele tempo escolhendo. Frustrante, não é? Ele não vai ficar empolgado para divulgar e as vendas podem não ser tão boas como se esperava.

 

2 – Como as cores da capa de um livro podem influenciar?

Escolher a cor da capa é parte essencial do processo de construção da mensagem. Cada cor exprime um pensamento intrínseco que vai mostrar ao leitor o conteúdo do livro antes mesmo de ele ler o título. Uma capa de cores mais escuras pode acompanhar um livro de mistério, já uma capa de cores mais joviais e chamativas pode atrair um público mais expansivo e alegre. As cores podem ajudar a reforçar certos estereótipos, mas também podem ajudar a quebrá-los. Por exemplo, utilizar uma cor chamativa, tipo neon, na capa de um livro de autoajuda, ou um gradiente numa capa de um livro de mistério, pode chamar a atenção de pessoas que não leem esses gêneros, mas que se sentem atraídas por esses efeitos de cor.

 

3 – Como ter uma capa autêntica e que chame atenção para um romance? E para um livro acadêmico?

Antes da produção da capa, é preciso fazer uma pesquisa profundada entre os livros do gênero, que foram publicados nos últimos meses, e observar se existe um padrão de design neles. Se existir, eu posso escolher repeti-lo para que o leitor se identifique com o gênero da narrativa. Se o objetivo for criar uma capa autêntica, eu posso ousar e trilhar por um caminho totalmente oposto ao dos livros apontados na pesquisa.

Mas independentemente do gênero do livro, para criar, eu preciso unir, de forma criativa, toda a minha bagagem pessoal com a minha experiência profissional, a fim de criar uma capa inédita. Isso requer muito estudo, dedicação, esforço diário, desenvolvimento de diferentes habilidades e a busca incessante de explorar um caminho sempre diferente.

O mesmo raciocínio pode ser usado para as capas acadêmicas. Esse gênero tende a apresentar capas de estilo minimalista, menos inovadoras, mas que se exploradas de outra maneira, podem atrair um novo público-alvo. Esse novo público pode começar a se interessar pelo gênero acadêmico por ter se deparado com uma capa tão diferente, que convida o leitor a ter essa nova experiência.

 

4 – Como é o seu processo na hora de começar uma arte para um livro?

Antes de iniciar o processo, recebo um briefing do livro, que são sugestões de como o autor quer esse material. Quanto mais completo, mais fácil será o caminho para alcançar o resultado. Depois disso, faço uma pesquisa entre os livros concorrentes do gênero para observar as tendências de design e encontrar um equilíbrio entre o que o autor pede e o que foi encontrado, e assim optar por seguir as tendências, encaixando o pedido do autor nelas ou seguir um caminho totalmente diferente.

Tendo concretas as ideias iniciais na cabeça, faço um esquema rápido no caderno e decido em que software vou trabalhar (Photoshop ou Illustrator). Eu utilizo diversos recursos e diferentes técnicas para chegar à capa mais adequada para o livro. Um detalhe: nem sempre a primeira versão finalizada é a melhor opção. Às vezes, são necessárias inúmeras versões da mesma ideia para se chegar na capa escolhida.

Durante o processo de construção delas, posso fazer o layout exatamente como o autor pediu, ou descobrir durante a criação que o pedido do autor não irá obter uma qualidade imagética que esteja de acordo com o conteúdo do livro. Somente durante o processo criativo é que percebo que a ideia do autor, na prática, não funciona visualmente. Nesse momento, sugiro outra abordagem relacionada ao mesmo tema para que o livro obtenha a melhor capa possível. Ao final do processo de criação, chego a vários resultados diferentes. Analiso todos e seleciono somente as opções mais favoráveis de serem apresentadas ao autor (pode ser uma, duas ou até três versões), para que assim ele possa escolher qual vai ser a “cara do seu filho”.

Editora Labrador

A Labrador é uma editora de autopublicação, especializada na publicação e distribuição de livros físicos e digitais para autores independentes.

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