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Nos bastidores da autopublicação: uma entrevista com Caio Cardoso

Que atire a primeira pedra quem nunca julgou um livro pela sua capa. Quando entramos em uma livraria, salvo quando já sabemos o que vamos comprar, somos naturalmente atraídos por determinadas capas. Em um mundo onde chamar a atenção é um processo que dura poucos segundos, não podemos arriscar com publicações que não se sobressaem.

Para ajudar a desvendar o mistério que é produzir capas que se destaquem, pedimos a um dos nossos designers, Caio Cardoso, para nos explicar um pouco mais sobre o processo de criação de uma capa.

  1. Como começa o processo de criação de uma capa?

Varia de editora para editora. Algumas preferem passar para o designer um briefing explicando mais ou menos o que o autor e/ou o editor têm em mente. Outras preferem deixar o capista livre para criar de acordo com a obra. A partir daí são desenvolvidas várias opções que vão sendo modificadas até chegar no ponto onde o autor e o editor estão satisfeitos.

  1. Qual é a parte mais difícil de criar uma capa?

A parte mais difícil é interpretar graficamente os conceitos do livro e ainda somar às expectativas do autor e do editor. É a parte mais difícil, mas também a mais legal, pois é onde o designer precisa exercer toda a sua criatividade. Além disso, nos livros chamados trade, a capa precisa ser pensada além do conceito gráfico – ela precisa ser chamativa para disputar nas vitrines das livrarias. Então é um dado a mais para se levar em conta.

  1. Qual é o envolvimento do autor no processo de criação?

Uma vez desenvolvidas opções que buscam representar a maior diversidade possível de elementos gráfico, cabe ao autor selecionar uma delas – ou, pelo menos, apontar qual caminho se aproxima mais do que ele tem em mente. E, ao designer, cabe modificar a capa quantas vezes forem necessárias até o autor estar contente com o resultado.

  1. Qual é a capa que você mais gostou de criar?

Toda e qualquer capa é gostosa de criar. Todas possuem a sua relevância e são interessantes em um ou outro aspecto. Quando o livro é bom – bem escrito, bem editado, com conteúdo relevante –, a capa se torna apenas a cereja do bolo.

  1. Há algum gênero literário que exija mais de você que outros? Qual?

Sendo bastante honesto, tenho um pouco mais dificuldade quando vou desenvolver capas de livros sobre assuntos que, pessoalmente, não entendo muito. Mas a criação gráfica profissional não envolve apenas “arte” e “criatividade”. Há toda uma técnica que deve ser aplicada e, por isso, sempre dá tudo certo no final.

  1. Como é trabalhar com os projetos de autopublicação da Labrador? Difere muito dos projetos de editoras tradicionais?

As melhores capas que criei foram aquelas em que tive o controle gráfico do livro como um todo. Isto é, quando tive a chance de desenvolver, além da capa, o projeto gráfico do miolo. Essa chance é bastante incomum – poucas editoras permitem isso. Em geral, a capa e o miolo são criados por profissionais diferentes. A editora Labrador é uma exceção, pois permite que o designer faça o livro todo. E isso é ótimo!

 

Editora Labrador

A Labrador é uma editora de autopublicação, especializada na publicação e distribuição de livros físicos e digitais para autores independentes.

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