É ano novo. Entre fogos de artifício, champanhe e piadas sobre pavê, vem o sentimento de solenidade e honra que te faz jurar que aquele será o seu ano e que, sem sombra de dúvida, você vai realizar vários sonhos que deixou de lado no ano anterior.
Perder peso. Viajar para o exterior. Ter um filho. Publicar seu primeiro livro.
Durante janeiro inteiro, o sentimento de confiança permanece sólido em nossos corações. Negamos aquela sobremesa, guardamos um dinheiro extra (tanto para a viagem quanto para o filho), abrimos a gaveta para resgatar uma velha ideia…
Mas, puxa, de repente já é setembro e a única coisa que mudou foi aquela gordurinha a mais que sabe Deus de onde veio. O Natal já está atrelando as renas, os anúncios de protetor solar para o verão já começaram, enquanto aqueles planos… Hum… Talvez ano que vem.
Ah, se a sua versão de janeiro pudesse se ver agora… Aonde foi aquele otimismo do ano novo? Aquela confiança e plenitude? É triste pensar que nossos sonhos mais preciosos só recebem a merecida atenção em meio a fogos, champanhe e pavê. Mais triste ainda pensar que a nossa versão de dezembro se resignou, jurando que o ano seguinte vai ser melhor, vai ser o marco da nossa vida… como todas as versões de dezembro anteriores.
Não seja esse setembro conformado. Ainda dá tempo de mudar o jogo! Para dar o primeiro passo em direção aos seus sonhos, não espere o ano novo. Nem mesmo a segunda-feira. Faça isso agora, mesmo que seja alguma data esquisita e aleatória. Imagine-se no futuro, durante o lançamento do seu livro, quando um leitor esperando o seu autógrafo te pergunta em que momento o livro realmente nasceu, e você, desviando o olhar para o horizonte, se lembra de uma quinta-feira no meio de setembro em que heroicamente se sentou ao computador e começou a escrever.
Não dê ouvidos ao medo, à preguiça ou à inútil procrastinação. Considere que essa data “x” vai abrir uma nova fase da sua vida e que mais tarde vai se tornar um aniversário (quer marco melhor do que esse simbólico dia em que algo veio à luz?). Seja uma versão orgulhosa de dezembro, e deixe para janeiro os planos do segundo livro – por que não?!