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Nos bastidores da autopublicação: uma entrevista com Wilson Paião

Eventos de lançamento são tudo de bom, né? Amigos e parentes reunidos, fotos, autógrafos, coquetel… E é para garantir que cada detalhe desse evento saia conforme o esperado que existem pessoas como Wilson Paião, nosso entrevistado do Nos Bastidores da Autopublicação de hoje!
Com 15 anos de experiência no mercado livreiro, o analista de marketing e de eventos da Livraria da Vila nos conta sobre o dia a dia e os desafios por trás da organização de tudo o que acontece nas dez unidades da rede.

 

  1. Quais são as suas principais funções como Analista de Marketing e de Eventos?

Meu trabalho é 90% nos bastidores. Sou responsável pelas sessões de autógrafos nas dez lojas da Livraria da Vila, atribuição que divido em duas partes. A primeira é junto ao autor ou à editora, e a meta é encontrar de forma rápida e objetiva a melhor data e local para que o evento aconteça. A segunda é com as equipes da loja, quando eu informo os detalhes de cada um desses eventos, como eles devem transcorrer. A comunicação precisa ser clara para que tudo ocorra da melhor forma possível e o autor esteja amparado para celebrar o lançamento do seu livro. Quando é uma sessão de autógrafo que tende a atrair um público excepcionalmente grande, precisamos estar no local para garantir a fluidez das filas, a segurança dos presentes, lidar com a imprensa e com demais situações que variam de evento a evento. É um intenso trabalho de equipe.

  1. Qual foi a experiência mais marcante que você passou na Livraria?

Puxa, que difícil! A Livraria da Vila já me proporcionou momentos únicos. Bom, aprendi a ler com os gibis da Turma da Mônica, então ter tido a oportunidade de conhecer o Mauricio de Sousa foi algo muito, muito especial. Receber um “Obrigado Wilson!” do Mia Couto também é algo que te faz voltar para a casa nas nuvens… [risos] E, claro, a inesquecível sessão de autógrafos da Gisele Bündchen. Mas são muitos momentos guardados com carinho. É quase injusto citar apenas esses.

  1. Como é o contato com as editoras?

Editoras e livrarias têm parcerias entrelaçadas, então a comunicação é algo muito natural. Quando vislumbramos um lançamento no mercado, entramos em contato com a editora para avaliar a disponibilidade do(a) autor(a) em fazer uma sessão de autógrafos conosco. É um prazer celebrar esse momento em nossa livraria. Mas é muito frequente também as editoras nos procurarem via e-mail e telefone para agendar um lançamento. Há muitas pessoas por trás de um agendamento: autores, convidados, áreas de logística, designers que vão produzir artes, passagens aéreas a serem compradas… É preciso agilidade e clareza na comunicação. Tudo precisa fluir bem e com rapidez.

  1. O que você mais gosta na sua rotina na livraria?

Gosto de fazer a diferença nos meus atendimentos. Nesta época de final de ano, por exemplo, todos ficam mais acelerados. Editoras e autores tendem a entrar numa ansiedade coletiva [risos]. Afinal, os prazos são curtos e, claro, a pressão por resultados faz parte do cenário atual. Então, busco ser empático. Entender a real demanda de quem está do outro lado da linha ou do e-mail. É pressa para fechar uma data? Então vai ser agora! O autor quer fazer algo diferente na loja? Vamos pensar juntos o que conseguimos fazer. Tem que haver troca, parceria e acima de tudo respeito. Então, sentir que atendi de maneira plena quem está do outro lado e que o autor teve seu momento de celebração para mim é mais do que gratificante. Extrapola uma função burocrática, pois toca nas relações humanas.

  1. Qual foi o evento que mais te marcou na livraria?

Este ano, em parceria com a jornalista Regina Volpato, me tornei curador do projeto Descontruir para Construir. São encontros mensais, que acontecem na Fradique [loja da Fradique Coutinho] e que visam trazer à tona temas muitas vezes delicados, mas que geram debate na sociedade. É uma oportunidade de trazermos especialistas e autores para um bate-papo e reflexão com os convidados. Trouxemos o autor Julián Fuks para abordar a questão dos refugiados no Brasil, falamos sobre apropriação cultural com Rosane Borges, sobre moral com Clarice Niskier e Sebastião Nicomedes, sobre pessoas em situação de rua, entre tantos outros assuntos. Ter essa liberdade criativa e ver esse projeto deslanchar este ano foi sem dúvida o que mais me marcou profissionalmente na livraria.

  1. Que dicas você daria para um autor antes do lançamento?

Divulgue! Divulgue! Divulgue! Quando lançar seu livro, chame amigos, família, ex-colegas de escola, ex-namorados… [risos] Chame todo mundo que puder e use todas as mídias a seu favor. Muitas vezes, sinto que os autores se preocupam com detalhes secundários como buffet, banner etc. e se esquecem do principal. Sem uma ótima divulgação, não haverá público. E juntar forças com a editora é crucial.

  1. Já faz mais de um ano desde que a Editora Labrador e a Livraria da Vila começaram a trabalhar juntas. A seu ver, quais são as principais vantagens dessa parceria?

A principal vantagem está nos ótimos resultados que os lançamentos da editora trazem, não apenas nas vendas em si, mas na sinergia que se cria entre a Labrador e nosso espaço de eventos. Isso é muito gratificante, pois nos estimula a estreitar as relações e fazer mais lançamentos, tendo em mente que as centenas de convidados que estiveram presentes no evento sentem-se à vontade em nossas lojas. Mais uma vez, não se trata apenas de números, mas na experiência que estamos proporcionando a todas estas pessoas.

Editora Labrador

A Labrador é uma editora de autopublicação, especializada na publicação e distribuição de livros físicos e digitais para autores independentes.

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